Novas estratégias podem garantir maior efetividade na hora de aprender português e matemática; veja algumas dicas e exemplos de atividades.
O acompanhamento pedagógico em língua portuguesa e matemática está entre as prioridades do programa Novo Mais Educação, anunciado no último mês pelo MEC (Ministério da Educação). Por meio da iniciativa, as escolas que desejam oferecer aulas extras no ensino fundamental poderão receber apoio financeiro para complementar a sua carga horária. Mas como adotar estratégias efetivas e engajadoras para garantir o domínio da leitura, da escrita e do cálculo? Para inspirar escolas e educadores, o Porvir reuniu uma lista de práticas e ferramentas que podem ser utilizadas no reforço escolar para crianças e adolescentes.
Confira algumas dicas:
Transforme o reforço em uma jornada gamificada
A recuperação não precisa ser um motivo de chateação para os alunos. Com jogos, vídeos, simuladores e outros recursos digitais, elas podem ser divertidas e cheias de desafios. Na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por exemplo, o reforço escolar em português e matemática acontece por meio uma jornada virtual gamificada, chamada Aventuras Currículo+.
O programa de reforço da rede estadual trabalha com objetos digitais de aprendizagem presentes na plataforma Currículo+ (versão da Escola Digital personalizada para Secretaria de São Paulo). Com o auxílio de Professores Coordenadores de Núcleo Pedagógico (PCNP), as aulas e atividades foram transformadas em missões, que ajudam na recuperação ao mesmo tempo que divertem os estudantes. Na Escola Estadual Orígenes Lessa, em Diadema (SP), essas atividades transformaram o laboratório de informática em um dos espaços mais disputados da instituição.
Pense em atividades para os alunos colocarem a mão na massa
Em escolas municipais de Santa Luzia do Itanhy (SE), a robótica está ajudando crianças das primeiras séries do ensino fundamental a aprender português e matemática de forma divertida. Com robôs criados dentro do projeto CLOC, desenvolvido pelo IPTI (Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação), os alunos aprendem brincando e utilizam o raciocínio lógico durante as atividades.
Além da robótica, também existem outras maneiras de aprender com a mão na massa. Um novo especial lançado pelo Porvir traz alguns caminhos, como o trabalho por projetos, a produção de mídia, a programação e a prototipação.
Invista em estratégias personalizadas que respeitam o ritmo de cada aluno
Os alunos possuem interesses, talentos e ritmos de aprendizagem diferentes. Compreender isso é fundamental para elaborar atividades de reforço escolar que respeitam os percursos, dificuldades e modos de aprender. Para personalizar o ensino e oferecer atividades conforme as necessidades de cada um, os educadores podem dividir a turma em diferentes estações de trabalho, como ocorre na sala de aula da professora Alison Elizondo, do 4º ano da escola pública Burnett Elementary, na Califórnia, Estados Unidos.
Outra estratégia é trabalhar com plataformas que sugerem atividades diferentes para cada aluno de acordo com as suas necessidades. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Halim Abissamra, em Ferraz de Vasconcelos (SP), a plataforma Khan Academy permite que os alunos assistam a videoaulas, façam exercícios e completem desafios dentro do seu próprio ritmo. Já a Escola Estadual Professor José Vilagelin Neto, em Campinas (SP), decidiu trabalhar com a plataforma QMágico.
Aposte no trabalho colaborativo para superar dificuldades
A aprendizagem colaborativa também pode ser um caminho para ajudar os estudantes dominarem os conteúdos de português e matemática. A partir da interação com os colegas, eles podem tirar dúvidas e aprender de forma coletiva. Um aluno que tem maior domínio na matemática pode oferecer ajuda para quem está com dificuldade. Ao mesmo tempo, ele também pode estudar português junto com outro colega que avançou mais na disciplina. No Projeto Âncora, em Cotia (SP), por exemplo, as crianças buscam e oferecem apoio no quadro “Preciso de ajuda/Posso ajuda”.
Outra estratégia é aproveitar o potencial das redes sociais para engajar os alunos. Diferentes plataformas como Facebook, Twitter, Google+, Instagram, YouTube e o Edmodo permitem compartilhar conteúdos, criar desafios ou até mesmo organizar grupos de estudo com a mediação de um professor.
Trabalhe com diferentes ferramentas online
Com o uso da tecnologia, o reforço escolar também ganha novas possibilidades. Em sites como o YouTube, por exemplo, os alunos podem ter acesso gratuito a uma série de videoaulas curtas que ajudam a revisar conteúdos. Por meio de plataformas e aplicativos, eles também podem entrar em contato com os professores para tirar suas dúvidas.
Na hora de organizar as atividades do reforço, ferramentas de trabalho como o Google Apps for Education ou ambientes virtuais como o Moodle ajudam a organizar conteúdos e criar fóruns de discussão para os alunos compartilharem suas dúvidas e suas descobertas.
Fonte: porvir.org