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Saúde mental em foco no ENEM: por que estimular o desenvolvimento das competências socioemocionais desde a infância?

Escrito por Escola Atual | 24 de Maio de 2024

A pandemia colocou a saúde mental em foco. Doenças como ansiedade e estresse explodiram no mundo todo e o assunto chegou até a redação do ENEM 2021.

 

Incertezas, medos, isolamento social, mortes e perdas financeiras fizeram parte da vida de bilhões de pessoas em todo o mundo no ano de 2020 e tudo isso levou a ONU (Organizações das Nações Unidas) e a OMS (Organização Mundial da Saúde) a alertarem para um risco global de uma crise de saúde mental.

 

A pandemia colocou maior foco sobre doenças como #ansiedade, estresse, depressão e a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Não que elas já não fizessem parte do cotidiano de uma grande parte da população. Porém, muitas vezes, estavam escondidas e esquecidas pela correria do dia a dia e até estigmatizadas por uma sociedade que ainda tem dificuldade em reconhecer a importância de dar atenção aos nossos sentimentos e pensamentos.

 

Mas, com a disseminação do coronavírus, nossas rotinas foram alteradas, infinitas dúvidas surgiram e nos tornamos mais vulneráveis às armadilhas da mente. Sinais e sintomas até então negligenciados passaram a ser perceptíveis e a preocupação com a saúde mental ganhou destaque. O assunto, tão necessário que é, foi inclusive o tema da redação do #ENEM 2021: “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”.

 

Saber gerenciar nossos sentimentos e pensamentos para filtrar os estímulos estressantes e assim ter uma boa saúde mental não é uma ação inata, ou seja, ela precisa ser desenvolvida e o quanto antes a pessoa receber os estímulos necessários, maior será a sua qualidade de vida. Por isso, é tão importante pensar no desenvolvimento das competências socioemocionais desde a infância.

 

A importância das competências socioemocionais para a saúde mental

 O desenvolvimento das competências socioemocionais nos estudantes – desde a Educação Infantil até o Ensino Médio – está previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e é um passo essencial para a formação de uma sociedade emocionalmente mais saudável.

 

Afinal, pessoas emocionalmente saudáveis sabem lidar com as adversidades, são resilientes, conseguem transformar o caos em oportunidade criativa, são capazes de ressignificar situações ruins e de caminhar em direção à #felicidade.

 

Meu pai, o psiquiatra e escritor Augusto Cury diz: “Ser feliz é usar as lágrimas para irrigar a tolerância; as perdas para refinar a paciência; as falhas para esculpir a serenidade; a dor para lapidar o prazer; os obstáculos para abrir as janelas da inteligência”.

 

Esta definição corrobora com o pensamento do israelense Tal Ben-Shahar, professor da Felicidade na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos que em entrevista concedida ao site Exame (2018), cita que a primeira lição que dá a seus alunos é que “nós precisamos nos conceder a permissão de sermos seres humanos. Isso significa vivenciar emoções dolorosas, como raiva, tristeza e decepção”. Segundo ele, a dificuldade em aceitar essas emoções nos leva à frustração e à infelicidade.

 

Aqui está, então, o primeiro e mais importante passo para alcançar a felicidade: reconhecer as próprias emoções e as emoções das pessoas com as quais convivemos e saber lidar bem com elas.

 

Essa capacidade de reconhecimento é o que chamamos de inteligência emocional, conceito que está atrelado a uma série de competências socioemocionais, ou seja, um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes.

 

Por que estimular a inteligência emocional desde a infância 

Quando aprendemos ainda na infância que devemos e podemos gerenciar nossas emoções e filtrar estímulos estressantes para contemplar o belo, libertar a criatividade, fomentar a generosidade, debelar o medo, dissipar a insegurança e controlar o instinto da agressividade, crescemos e vivemos bem mais saudáveis e felizes.

 

Se crianças e jovens fossem estimulados desde cedo a serem inteligentes emocionalmente, a humanidade seria outra, pois teríamos pensadores, e não repetidores de informação.

 

As pessoas teriam senso de observação, capacidade de se reinventar, de pensar a médio e longo prazo, de perceber as necessidades dos outros, de trabalhar perdas e frustrações, de reciclar falsas crenças. Elas ainda seriam generosas, tolerantes, ousadas, disciplinadas, indagadoras, carismáticas, empáticas e sonhadoras.

 

E foi justamente com esse propósito que há 11 anos fundamos a Escola da Inteligência, programa que trabalha para desenvolver as competências socioemocionais nos estudantes. A metodologia aplicada é fundamentada na Teoria da Inteligência Multifocal, que analisa o funcionamento da mente e a formação de pensadores.

 

As #escolas parceiras são beneficiadas com um programa de educação socioemocional inovador e moderno, que vem ao encontro das exigências atuais da sociedade, das famílias e do mercado de trabalho.

 

O mundo mudou e se preocupar com a saúde mental é mais importante que nunca

 Para preparar crianças e jovens para os desafios da vida, além do desenvolvimento das habilidades cognitivas, precisamos ensiná-los a gerenciar pensamentos e a proteger a emoção para prevenir transtornos psíquicos. Ainda, educá-los para serem pensadores criativos, ousados, altruístas e tolerantes.

 

E tudo isso deve ser construído com uma parceria entre escola e família. É por isso que o programa Escola da Inteligência envolve as escolas, alunos, famílias e #professores, o que promove um ambiente escolar saudável e uma cultura para o desenvolvimento da inteligência, da saúde emocional e da construção de relações saudáveis.

 

Perceber a importância da #saúde mental para nossa mente, nosso corpo físico e para nossas ações é promover a vida e impactar positivamente o presente e o futuro.

 

Publicado em 19 de janeiro de 2021. Por Camila Cury Fundadora e CEO da Escola da Inteligência.