(Por: Fernando, Coord. SOE)
Falar sobre alguns temas no contexto escolar é um tabu em nossa sociedade. O conteúdo delicado e complexo da conversa faz prevalecer a ideia de que “é melhor não tocar no assunto”.
O mês de Setembro é caracterizado pela cor amarela, uma campanha que surgiu com o intuito de mudar esse cenário. É o mês usado para o fortalecimento da conscientização da população acerca da importância de falar sobre temas complexos. Mas como nós, educadores, podemos auxiliar os alunos, colegas de trabalho e pais na abordagem desses temas dentro da escola?
Como educadores podemos atuar para prevenir e lidar com questões sérias (Bullying, Intolerância Religiosa, Suicídio, Relações Socioemocionais, Discriminações, etc.).
Trata-se de uma expansão das ações do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, 10 de setembro. Assim, durante este mês, as entidades envolvidas incentivam e colaboram para que a conscientização sobre o tema seja propagada por escolas, governos, ONGs e empresas.
Na idade escolar, a percepção de mudanças no comportamento, oscilação de humor e desajustes nas relações podem demonstrar uma crise ou sofrimento que pode estar atrelada a outras adversidades enfrentadas pelo jovem, seja dentro ou fora da escola e agora de modo especial, no ambiente doméstico e virtual.
Questões como bullying, cyberbullying, depressão, relações familiares conturbadas, entre outras, podem estar na raiz do problema. E temos como auxiliar. Vale lembrar que o trabalho de prevenção, especialmente em escolas e no ambiente familiar, é contínuo. Afinal, as questões que podem favorecer o jovem a um atentado contra a própria vida não surgem de um dia para o outro. E por isto, as crianças, jovens e adolescentes contam conosco para vencer certas etapas de desconforto da vida.
O nosso maior desejo é que o ambiente escolar seja um local de extensão da formação que o aluno recebe em casa, voltado também ao aprofundamento da Educação Emocional. Dessa forma, o jovem pode aprender a redimensionar seus problemas, encarar as adversidades da vida e se abrir emocionalmente sem medo de ser julgado. E eles contam demais com o nosso auxílio. Que é simples!
A proposta é que ao longo deste mês de setembro, nós, escola e família, tenhamos uma conduta mais atenta de observação, a Escuta Ativa que é diferente de ouvir.
Na arte da Escuta, somos pessoas com imensa capacidade de estimulação dos filhos a combaterem os processos de estigma e discriminação relacionados ao assunto (como bullying, cyberbullying, depressão, relações familiares conturbadas, entre outras). Nesse sentido, busque priorizar os diálogos em sua casa, com seus filhos e família sobre temas que afligem o cotidiano. Para que assim tenhamos maior capacidade de compreender as crises, dores e alegrias que nossos filhos enfrentam neste momento, demonstrando de forma prática que não estamos alheios ou ignoramos os momentos vividos por eles.
Como notar os fatores de risco nos alunos, pais e colegas? Conhecer os fatores de risco e desconstruir os mitos que envolvem o comportamento são medidas primordiais para a prevenção de diversos temas que atentam contra a saúde emocional. Quem precisa de ajuda pode dar alguns sinais, como:
Abandonar amizades e atividades sociais;
Perder interesse por atividades que antes traziam prazer;
Não se importar com responsabilidades diárias, como os estudos;
Demonstrar desequilíbrio emocional, como agitação, irritabilidade ou agressividade;
Falar constantemente sobre a morte;
Também é pertinente, prestar atenção à comunicação não verbal do jovem, como o olhar, a postura e os gestos.
Como ajudar? Ao perceber os fatores de risco, tente estabelecer uma relação de confiança, buscando ouvir a pessoa sem expressar julgamentos ou opiniões. Demonstre interesse em ajudar e permita que ela relate seus sentimentos.
Em casos mais graves, é importante não deixar a pessoa sozinha, contatar seus familiares e amigos e encorajá-la a buscar ajuda profissional. Os nossos orientadores educacionais estão à disposição para melhor atendê-los. Conte conosco sempre.
Fonte: setembroamarelo.org.br